Mais pernambucanos com aparelho anti-infarto
Ontem, dois pacientes implantaram o monitor cardíaco que prevê problemas com antecedência
Juliana Colares
juliana.colares@diariodepernambuco.com.br
Juliana Colares
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Gilson Francisco Teixeira de Sales, 53 anos, e Neusa Maria Pontes de Almeida, 59, carregam no peito uma
tecnologia capaz de salvar vidas. Ontem, ele se tornou o 3° e ela, a 4° pessoa no estado a se submeter a uma cirurgia para implante de um monitor intracardíaco, uma novidade na medicina que promete prever com até um dia de antecedência quando o indivíduo vai ter um infarto. O equipamento, similar a um marcapasso, é ligado por um eletrodo ao coração. Ele monitora os sinais elétricos do músculo cardíaco durante 24 horas por dia. Quando detecta alguma alteração específica, o dispositivo interno implantado no lado esquerdo do peito do paciente vibra, enquanto um outro dispositivo, desta vez externo, emite sinais sonoros e luminosos. Dependo da gravidade, o sistema orienta o paciente a procurar ajuda médica imediatamente ou avisa que ele tem 24h ou até 48h para consultar o cardiologista.
Chamado de Guardian (guardião), o sistema pode ajudar até a impedir que o infarto ocorra. Ou, pelo menos, diminuir o tempo entre o início do ataque cardíaco e a chegada do paciente ao hospital, salvando vidas e minimizando riscos de sequelas. No país, o primeiro implante deste tipo para uso clínico (sem fazer parte de pesquisa) ocorreu em Pernambuco, no dia 19 de fevereiro. No início deste mês, foi a vez de São Paulo, onde 20 pessoas já tinham passado pelo implante durante a realização de um estudo. Estima-se que cerca de 50% dos pacientes que infartam morrem antes de chegar ao hospital.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, as doenças cardiovasculares são as que mais matam no país, sendo responsáveis por 300 mil mortes por ano. Dessas, cerca de 200 mil são causadas por infartos. Em Pernambuco, as doenças do coração tiraram a vida de 9.284 pessoas em 2008. Os monitores implantados nos peitos de Gilson e de Neusa não tratam. Eles não têm a função de curar, mas de ler as ondas elétricas do coração e avisar quando está havendo entupimento das artérias ou arritmias. Para a filha de Neusa, Zulmira de Paula Almeida, 39, isso já é muito. Neusa sofreu um infarto em 2006 e frequentemente tem dores no peito que deixam toda a família alarmada. O último susto ocorreu segunda passada, após o enterro de uma tia.
Custo - "O aparelhinho vai significar muita coisa para a gente. O principal é que assim vamos conseguir identificar o que ela está sentindo e ter a segurança de que a assistência dela será mais rápida", disse Zulmira. Segundo o cardiologista Vanildo Guimarães, o sistema Guardian é capaz de identificar alterações elétricas sutis que não são capturadas pelo exame de eletrocardiograma. O aparelho é indicado para pacientes com alto risco cardiovascular, como diabéticos ou pessoas que já sofreram infartos. Gilson se encaixa nos pré-requisitos. Após episódios de cansaço, falta de ar e compressão no centro do tórax, ele foi submetido a uma ponte mamária e uma safena. "Eu estava à beira de um infarto", resume. Não disponível no SUS, a nova tecnologia tem um incoveniente: o preço.Segundo dados da Trevo Internacional, importadora e fornecedora exclusiva no país, o sistema Guardian custa entre R$ 45 mil e R$ 75 mil. A cirurgia de Gilson ocorreu no Albert Sabin. A de Neusa, no Esperança.
O aposentado Gilson Sales, 53 anos, estava ansioso ontem antes de entar na sala de cirurgia e implantar o aparelho que "cuidará" de seu coração. Foto: Alcione Ferreira/DP/D.A Press |
Chamado de Guardian (guardião), o sistema pode ajudar até a impedir que o infarto ocorra. Ou, pelo menos, diminuir o tempo entre o início do ataque cardíaco e a chegada do paciente ao hospital, salvando vidas e minimizando riscos de sequelas. No país, o primeiro implante deste tipo para uso clínico (sem fazer parte de pesquisa) ocorreu em Pernambuco, no dia 19 de fevereiro. No início deste mês, foi a vez de São Paulo, onde 20 pessoas já tinham passado pelo implante durante a realização de um estudo. Estima-se que cerca de 50% dos pacientes que infartam morrem antes de chegar ao hospital.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, as doenças cardiovasculares são as que mais matam no país, sendo responsáveis por 300 mil mortes por ano. Dessas, cerca de 200 mil são causadas por infartos. Em Pernambuco, as doenças do coração tiraram a vida de 9.284 pessoas em 2008. Os monitores implantados nos peitos de Gilson e de Neusa não tratam. Eles não têm a função de curar, mas de ler as ondas elétricas do coração e avisar quando está havendo entupimento das artérias ou arritmias. Para a filha de Neusa, Zulmira de Paula Almeida, 39, isso já é muito. Neusa sofreu um infarto em 2006 e frequentemente tem dores no peito que deixam toda a família alarmada. O último susto ocorreu segunda passada, após o enterro de uma tia.
Custo - "O aparelhinho vai significar muita coisa para a gente. O principal é que assim vamos conseguir identificar o que ela está sentindo e ter a segurança de que a assistência dela será mais rápida", disse Zulmira. Segundo o cardiologista Vanildo Guimarães, o sistema Guardian é capaz de identificar alterações elétricas sutis que não são capturadas pelo exame de eletrocardiograma. O aparelho é indicado para pacientes com alto risco cardiovascular, como diabéticos ou pessoas que já sofreram infartos. Gilson se encaixa nos pré-requisitos. Após episódios de cansaço, falta de ar e compressão no centro do tórax, ele foi submetido a uma ponte mamária e uma safena. "Eu estava à beira de um infarto", resume. Não disponível no SUS, a nova tecnologia tem um incoveniente: o preço.Segundo dados da Trevo Internacional, importadora e fornecedora exclusiva no país, o sistema Guardian custa entre R$ 45 mil e R$ 75 mil. A cirurgia de Gilson ocorreu no Albert Sabin. A de Neusa, no Esperança.
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